Edição 9 - Port - Amazônia - Brazil

Estes pássaros não têm fronteiras. São seres multidimensionais, como a própria

Amazônia: habitam o tempo mítico, guardam a memória do mundo e transitam

pelo plano espiritual. Ao flutuarem entre dimensões, eles revelam a própria arte

como território de reconexão: com a natureza, com o outro e com a essência que

esquecemos dentro de nós.

Porque, ao final, contemplar a obra de Emanuelle Calgaro é mais do que admirar

a técnica; é aceitar um convite para sentir, para escutar. É imaginar suas aves

sobrevoando a imensidão verde, carregando não apenas a leveza de suas asas,

mas a força ancestral da floresta. Em cada pena, em cada olhar atento, ela nos

lembra que, ao salvar a Amazônia, não estamos apenas salvando os pássaros.

Estamos, em última instância, resgatando a nós mesmos.

Instagram: @emanuelle.calgaro