Estes pássaros não têm fronteiras. São seres multidimensionais, como a própria
Amazônia: habitam o tempo mítico, guardam a memória do mundo e transitam
pelo plano espiritual. Ao flutuarem entre dimensões, eles revelam a própria arte
como território de reconexão: com a natureza, com o outro e com a essência que
esquecemos dentro de nós.
Porque, ao final, contemplar a obra de Emanuelle Calgaro é mais do que admirar
a técnica; é aceitar um convite para sentir, para escutar. É imaginar suas aves
sobrevoando a imensidão verde, carregando não apenas a leveza de suas asas,
mas a força ancestral da floresta. Em cada pena, em cada olhar atento, ela nos
lembra que, ao salvar a Amazônia, não estamos apenas salvando os pássaros.
Estamos, em última instância, resgatando a nós mesmos.
Instagram: @emanuelle.calgaro