No limite entre a contemplação e o manifesto, a onça de Amanda Medeiros não nos
encara — mas nos convoca. Não há sangue, nem floresta em chamas. Há algo mais
sutil e, por isso, mais urgente: a presença. A lembrança de que ainda está aqui. Que
ainda podemos vê-la. Que ainda há tempo.
Se a arte é capaz de preservar o que o mundo ameaça apagar, então Amanda nos
oferece um retrato de resistência — que caminha, com as costas à mostra, para
dentro da eternidade.
No final, a artista define sua obra não como alerta, mas como "um símbolo de
contemplação". E essa é a nossa declaração. Convidamos você a contemplar esta
imagem. A ver a beleza que não precisa se exibir, a força que reside na quietude e a
vulnerabilidade que exige nosso respeito. Esta onça de costas não nos ignora. Ela nos
confia o seu silêncio. E nos pergunta, sem precisar se virar, se somos dignos dele.
Instagram: @artes_medeiros
www.amandamedeiros.net