Edição 9 - Port - Amazônia - Brazil

No limite entre a contemplação e o manifesto, a onça de Amanda Medeiros não nos

encara — mas nos convoca. Não há sangue, nem floresta em chamas. Há algo mais

sutil e, por isso, mais urgente: a presença. A lembrança de que ainda está aqui. Que

ainda podemos vê-la. Que ainda há tempo.

Se a arte é capaz de preservar o que o mundo ameaça apagar, então Amanda nos

oferece um retrato de resistência — que caminha, com as costas à mostra, para

dentro da eternidade.

No final, a artista define sua obra não como alerta, mas como "um símbolo de

contemplação". E essa é a nossa declaração. Convidamos você a contemplar esta

imagem. A ver a beleza que não precisa se exibir, a força que reside na quietude e a

vulnerabilidade que exige nosso respeito. Esta onça de costas não nos ignora. Ela nos

confia o seu silêncio. E nos pergunta, sem precisar se virar, se somos dignos dele.

Instagram: @artes_medeiros

www.amandamedeiros.net