Edição 9 - Port - Amazônia - Brazil

Conhecida por sua precisão, talvez um eco de sua formação em

odontologia, Adriana não impõe ordem à natureza — ela a respeita.

Se Versailles, com seus jardins meticulosamente planejados, inspira

sua série “Flores Europeias”, a floresta a ensina que há uma beleza

ainda mais potente no improviso do mundo natural. “Se Versailles

me inspira pela disciplina e pelo rigor, a floresta Amazônica me

inspira pela liberdade e força vital”, reflete. Sua arte sensível e

poética nos prova, a cada traço, que “a arte pode habitar tanto na

simetria perfeita quanto na assimetria lírica e única da natureza

selvagem”.

A Amazônia, em sua obra, não é um conceito distante — é um

território emocional. É terra, memória, reverência e talvez, um

silencioso alerta. Adriana Soares transforma paisagens internas em

paisagens visuais. Ao revisitar Salgado e homenagear o feminino

indígena, ela também visita sua própria história, sua origem, sua

missão. Entre cores metálicas e transparências sutis, entre Maria

Antonieta e Maria Florentina, entre jardins franceses e florestas

tropicais, a artista constrói uma ponte delicada entre mundos

aparentemente opostos.

E assim, sua arte não apenas ocupa espaços. Como a própria

Amazônia, ela os transforma.

Instagram: @atelieadrianasoares_