Conhecida por sua precisão, talvez um eco de sua formação em
odontologia, Adriana não impõe ordem à natureza — ela a respeita.
Se Versailles, com seus jardins meticulosamente planejados, inspira
sua série “Flores Europeias”, a floresta a ensina que há uma beleza
ainda mais potente no improviso do mundo natural. “Se Versailles
me inspira pela disciplina e pelo rigor, a floresta Amazônica me
inspira pela liberdade e força vital”, reflete. Sua arte sensível e
poética nos prova, a cada traço, que “a arte pode habitar tanto na
simetria perfeita quanto na assimetria lírica e única da natureza
selvagem”.
A Amazônia, em sua obra, não é um conceito distante — é um
território emocional. É terra, memória, reverência e talvez, um
silencioso alerta. Adriana Soares transforma paisagens internas em
paisagens visuais. Ao revisitar Salgado e homenagear o feminino
indígena, ela também visita sua própria história, sua origem, sua
missão. Entre cores metálicas e transparências sutis, entre Maria
Antonieta e Maria Florentina, entre jardins franceses e florestas
tropicais, a artista constrói uma ponte delicada entre mundos
aparentemente opostos.
E assim, sua arte não apenas ocupa espaços. Como a própria
Amazônia, ela os transforma.
Instagram: @atelieadrianasoares_