Como se engarrafa a alma de um lugar? Como se traduz em fragrância o calor de uma tarde
em Salvador, o som de um berimbau, a cor vibrante de uma festa popular? Uma prestigiada
marca de perfume europeia, ao buscar a essência do Brasil, encontrou sua resposta não em
um laboratório, mas nas telas de Tania Azevedo.
A arte Naïf de Tania não é "ingênua"; ela é essencialista. Em vez de se prender aos detalhes,
ela destila a vibração da vida cotidiana baiana à sua forma mais pura. Sua paleta de cores
não é apenas brilhante; funciona como um diapasão emocional, sintonizando o espectador
com a "alegria e a celebração" que são a alma de sua terra. Suas pinturas não apenas
mostram a Bahia, elas exalam sua atmosfera.
Esse convite para que sua arte vista as embalagens de uma prestigiada marca europeia de
perfumes é, mais que uma conquista, um marco simbólico, um ato de curadoria sofisticado. É
o reconhecimento internacional da potência sensorial de sua obra. A marca não comprou
uma imagem; ela "envasou" uma atmosfera. Perceberam que a pintura de Tania já era, em si,
um perfume — uma "fragrância visual" que evoca memórias, calor e um sentimento
inconfundível de pertencimento.
É neste ponto que a arte de Tania, embora profundamente enraizada na Bahia, atinge uma
ressonância universal. A alegria, a comunidade, a celebração da vida são "aromas" que
transcendem fronteiras. A colaboração com a marca europeia é a prova de que a "alma
baiana" que ela pinta é compreendida e desejada globalmente, o famoso "borogodó"
traduzido em uma linguagem que todos podem sentir.
O Perfume da Cor
Tania Azevedo