Ursula Altenbach nos oferece mais do que arte; ela nos entrega um modo de
ver. Sua obra é um convite à empatia radical, a sentir o outro — seja ele uma
pessoa, uma cultura, uma paisagem ou a própria floresta amazônica. Em suas
criações, ressoa um profundo respeito pela simbiose, pela sabedoria dos
povos que guardam a floresta, “que veem a natureza como parte integrante
da cultura”. Olhar para o trabalho de Ursula é como adentrar uma clareira
inesperada: um espaço de beleza, reflexão e conexão profunda com a teia
viva que nos une. É sentir, através de seus olhos, o pulsar do mundo.
Na Amazônia, Ursula vê beleza e urgência. Vê o gesto silencioso das
comunidades indígenas como uma forma de resistência sagrada. “Admiro
profundamente suas práticas sustentáveis e a maneira como enxergam a
natureza como parte integrante da cultura. Obrigada por serem as guardiãs do
nosso planeta.” É nesse agradecimento que reside sua mensagem mais potente:
o reconhecimento de que a arte não é superior à vida, mas sua continuação
natural.
Premiada recentemente na Itália com o Pitturiamo 2024, com exposições na
Gallerie Katapult em Basel e curadoria em projetos como o "Art in the Park", Ursula
Altenbach reafirma que seu fazer artístico vai além das paredes dos museus. É
intervenção, é travessia, é afeto. Seus trabalhos parecem carregar o cheiro das
monções indianas, o som dos trens paulistanos, a quietude de um templo japonês
e a explosão cromática da floresta.